Pelo menos 10 pessoas foram vítimas de balas perdidas, no intervalo de quatro meses, em Salvador e Região Metropolitana. Dessas, nove eram mulheres e seis morreram. Os dados foram revelados à CNN pelo Instituto Fogo Cruzado que analisa a violência armada no Brasil. Os crimes foram contabilizados entre primeiro de janeiro e essa quarta-feira (16 de abril).
A maioria desses casos ocorreu entre os 150 tiroteios mapeados ao longo de março – mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Ao todo, a violência armada atingiu 16 mulheres nesse período. O maior número de vítimas femininas registrado em um único mês em 2025, segundo o instituto. No total, 152 pessoas foram baleadas, sendo 120 mortos e 32 feridos.
Além da capital baiana, outras cidades da Região Metropolitana atingidas pela violência armada foram:
● Camaçari
● Simões Filho
● Vera Cruz
● Dias D’Ávila
● Lauro de Freitas
● Candeia
● Madre de Deus
● São Francisco do Conde
● Mata de São João
Das seis mulheres atingidas por bala perdida em março, em Salvador, duas eram idosas (uma morreu e outra ficou ferida). A que morreu estava assistindo televisão dentro de casa.
Três dessas mulheres foram identificadas racialmente como negras. Além disso, quatro dessas vítimas foram baleadas durante operações policiais: três morreram e uma ficou ferida. Uma delas um caso emblemático: a dentista Larissa de Azevedo, durante uma perseguição e troca de tiros entre policiais e homens armados.
Agora em abril, o caso mais recente foi da universitária Ana Luiza Silva dos Santos de Jesus, de 19 anos. Ela foi baleada durante uma troca de tiros entre policiais e suspeitos, quando voltava pra casa.
O Instituto Fogo Cruzado considera vítimas de bala perdida pessoas mortas ou feridas em situações nas quais não tenham nenhuma participação ou influência sobre os disparos de arma de fogo.
Para efeito de comparação, em janeiro, 12 mulheres foram atingidas pela violência armada. Dessas, duas foram vítimas de bala perdida: uma morreu e outra ficou ferida. Já em fevereiro, sete mulheres foram baleadas, mas nenhuma em circunstâncias de bala perdida. Março registrou o maior número de mulheres vítimas de bala perdida, desde que o Fogo Cruzado iniciou o mapeamento na Bahia, em julho de 2022.
No entanto, houve uma redução em comparação com o ano anterior, mas ainda existem desafios para a Segurança Pública da Bahia.
Os números apontam uma queda de 19% em relação ao número de baleados de março de 2024, onde 188 pessoas foram baleadas, sendo 145 mortas e 43 feridas.
Do total de tiroteios registrados no período (150), 55 ocorreram durante ações/operações policiais. Em março de 2024, foram registrados 182 tiroteios, com 77 deles em ações e operações policiais. Houve uma redução de 29% nesses casos.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Salvador e Região registram 10 vítimas por balas perdidas em quatro meses no site CNN Brasil.
